por João Florêncio
O mundo moderno está cada vez mais exigente e seletivo, provocando entre os profissionais, simultaneamente, um desejo de melhor posicionamento frente à competição acirrada, uma leve insegurança quanto ao futuro próximo e, consequentemente, um ligeiro medo de ficar excluído das melhores oportunidades de trabalho. A insegurança e o medo destes profissionais podem levá-los a um comportamento passivo, se acreditarem que devem esperar a “poeira abaixar” para ver se as coisas melhoram. Porém, uma constante e atenta reflexão sobre os rumos de suas carreiras pode auxiliá-los no sentido de acompanhar esta maratona de crescimento em todo o mundo e, desta forma, estar em condições de abraçar as oportunidades como grandes desafios.
Com o objetivo de ampliar a percepção sobre as suas atuais atribuições e o perfeito alinhamento com os novos paradigmas empresariais, muitos profissionais recém-formados na universidade têm encontrado nos cursos de pós-graduação “lato sensu” uma oportunidade de compartilhar suas preocupações, dúvidas, anseios e, principalmente, de conversar sobre os seus medos num ambiente de troca de experiências em equipe. Esta constatação é fruto de minhas observações como professor de Gestão Estratégica de Carreiras de um curso de pós-graduação “lato sensu” em Gestão de Recursos Humanos em uma universidade do interior de São Paulo.
Há aproximadamente dois anos tive acesso a uma pesquisa realizada em Washington, Estados Unidos, com diretores de Recursos Humanos de grandes empresas. Questionados sobre o que esperavam de um recém-egresso da universidade, classificaram as exigências por ordem de importância: capacidade de trabalhar em equipe, boa comunicação, capacidade de apresentar idéias, dimensionamento de tempo, autonomia para aprender e, por último, conhecimento técnico.
Ao analisar a ordem de classificação das exigências, foi inevitável o desejo de reordená-la tendo por base algumas experiências que venho observando entre os meus alunos no que se refere à autonomia para aprender que, na pesquisa citada, ocupou o quinto lugar e que nos dias de hoje poderia estar entre as primeiras daquela lista de exigências.
A partir da ampla interpretação que o termo autonomia para aprender possa provocar, gostaria de enfocá-la apenas no sentido de que o profissional, com a orientação adequada e num ambiente que incentive a troca de experiências em equipes, pode ser capaz de assumir grande responsabilidade pelo próprio processo de aprendizagem e, consequentemente, adaptar parte deste aprendizado à gestão de sua própria carreira.
No livro A Quinta Disciplina – Arte e Prática da Organização que Aprende, Peter Senge, ao destacar o grande interesse que a obra despertou em vários segmentos da sociedade americana – em especial, entre os educadores e os profissionais de negócios -, comenta sobre um elemento básico da aprendizagem em equipe, que é a palavra “diálogo” – do grego dialogos, “fluxo de significado”. Segundo Senge, nós estamos aprendendo que existe um profundo desejo de redescoberta de nossa capacidade de conversarmos uns com os outros.
Se levarmos em consideração que este desejo é realmente importante para que os profissionais ampliem as suas percepções de carreira, a criação de oportunidades para que possam dialogar e trocar experiências certamente contribuirá para o desenvolvimento da autonomia para aprender.
Portanto, como pesquisador e professor especializado em gestão de carreiras, gostaria de sugerir uma reflexão sobre uma definição de carreira, dentre tantas que existem na literatura especializada, que encontrei no livro Carreira – Manual do Proprietário, de Nelson Savioli: “Carreira é o autoconhecimento de como as experiências pessoais e profissionais relacionam-se com o seu trabalho atual e futuro para maximizar suas habilidades e comportamentos e atingir seus objetivos de vida.”
E não se esqueça, após refletir cuidadosamente sobre esta definição, converse com algumas pessoas de seu relacionamento. Porque, de conversa em conversa… se chega onde quer!
De conversa em conversa…!
por João Florêncio O mundo moderno está cada vez mais exigente e seletivo, provocando entre os profissionais, simultaneamente, um desejo de melhor posicionamento frente à competição acirrada, uma leve insegurança quanto ao futuro próximo e, consequentemente, um ligeiro medo de ficar excluído das melhores oportunidades de trabalho. A insegurança e o medo destes profissionais podem […]