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Carreiras/Notícias/Corajosas e profissionais, acima de tudo

por Camila Micheletti
É o Dia Internacional da Mulher, mas será que temos algo para comemorar? Se depender do mercado de trabalho, as representantes do sexo feminino já podem começar a festejar.
Pesquisa realizada pelo site Empregos.com.br identificou um aumento de mais de 144% na oferta de vagas de empregos para mulheres de 2000 para o ano passado. O site registrou um total de 208.089 vagas, contra 85.088 em 2000. A maior parte delas está concentrada nas áreas de Marketing e vendas – 47.880, Estágios – 33.444, Telemarketing e Atendimento ao Cliente – 27.852 e Comercial – 18.109.
A maior oferta de vagas para mulheres em 2001 ficou por conta dos cargos de operador de telemarketing (12,44%), vendedor (11,93%), representante comercial (3,19%) e promotor de vendas (2,73%).
Na opinião de Laerte Cordeiro, especialista em busca de empregos do site Empregos.com.br, a mudança que ocorreu nos últimos 20 anos foi determinante para a chegada maciça das mulheres ao mercado. Ele explica que “antes, a mulher era uma exceção neste meio, agora a figura feminina é corriqueira e peça fundamental no ambiente corporativo. Hoje em dia, a mulher pode ser muito feminina e também ser uma ótima profissional. Ela já conquistou seu lugar ao sol, e não por que tem intuição ou usa saias, e sim porque sabe fazer bem seu trabalho e tem uma contribuição a oferecer para a empresa. Sem dúvida, a mulher pode ser tão profissional quanto o homem”, garante Laerte.
Um dos maiores problemas enfrentado pelas mulheres no mercado continua sendo o preconceito. Segundo dados de 1999 do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos) e da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), enquanto o rendimento mensal das trabalhadoras é de R$ 677,00, o dos homens é de R$1.047,00, uma diferença de 65%. Esta semana, o Dieese lançou o livro “A Situação do Trabalho no Brasil”, que traz dados referentes aos estados de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador. A obra revela que, dos R$ 13 milhões de ocupados, 5,6 milhões são mulheres, representando 43,2% da força de trabalho do País.
Apesar das dificuldades, as mulheres são muitas vezes mais aplicadas e interessadas que os homens. De acordo com Paula Oliveira, gerente de desenvolvimento da Cia de Talentos e da DM Recursos Humanos, as trabalhadoras acabam buscando um diferencial competitivo, em virtude do preconceito e da competitividade. “Fizemos uma pesquisa nos programas de trainees da empresa e percebemos que as mulheres acabam saindo-se mais corajosas e independentes que os homens, têm menos medo de enfrentar situações novas e não se preocupam em ganhar menos se for uma boa oportunidade na empresa, o que geralmente não ocorre com os homens, que preferem estabilidade financeira e profissional acima de tudo”, diz ela.
Paula explica que nos cargos mais baixos e para trainees não há preconceito por parte das empresas, já que nestes casos é indiferente o fato do candidato ser homem ou mulher. Nos cargos de direção, a situação é um pouco diferente. “Infelizmente, quando precisam contratar uma pessoa para um cargo mais alto (diretor ou presidente, por exemplo), algumas organizações ainda exigem que o candidato seja do sexo masculino”, comenta Paula.
Nada disso assustou a física nuclear Denise Bemelmans, de 38 anos. Ela formou-se em Física na USP e logo que terminou a faculdade conseguiu emprego numa empresa que comercializa equipamentos de radiologia para os principais hospitais brasileiros. Hoje ela é assessora científica e faz a venda e toda a assessoria do equipamento ao cliente. Denise diz não ter sofrido nenhum tipo de preconceito até hoje, e sente-se muito orgulhosa por ser mulher, física e estar empregada atualmente. “Digo aos meus colegas de faculdade que estão desempregados que, antes de tudo, é preciso deixar o orgulho de lado e ter jogo de cintura para se adequar ao mercado. Apesar de ser uma área pouco valorizada no Brasil, que quase ninguém conhece, os melhores sempre acabam se destacando”, afirma ela.

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