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Carreiras/Notícias/Passaporte carimbado

Por João Prado

Mais de 50 idiomas concentrados num único espaço. Não, caro leitor, não é uma versão moderna da Torre de Babel. O lugar é o pavilhão da Bienal, em um dos lugares mais bonitos de São Paulo, o Parque do Ibirapuera. Nesse espaço aconteceu a décima ExpoBelta, feira especializada em educação internacional. Para se ter uma idéia, em dez passos era possível estar na Finlândia, República Checa, Lituânia, Chipre, Inglaterra, Austrália, Irlanda, Alemanha e por aí vai. Sie sprechen Deutsch? Não, eu não falo alemão. Mas posso querer aprender. E depois que estiver iniciado na língua germânica, posso aproveitar uma estadia por lá e fazer um curso de pós-graduação na minha área.
Qual a vantagem nisso? Simples: no mundo globalizado de hoje, o profissional de ponta também tem que ser, digamos, cidadão do mundo. “Quando alguém ia pensar que a Estônia tem um dos maiores projetos focados em meio ambiente?”, pergunta e responde a presidente do Belta Brazilian Edicational & Language Travel Association, Tatiana Mendes. A Belta é uma organização brasileira sem fins lucrativos, que tem como objetivo permitir o contato direto às principais instituições de ensino de vários países.
Em todas as edições, a Expobelta traz um convidado para compartilhar experiências e apresentar oportunidades. Neste ano foi à vez da Study in Europe, um projeto criado com o objetivo de divulgar os casos de sucesso de estudo no exterior e atrair estudantes às universidades do continente. Mas porque o Brasil é o foco atual dos interesses de instituições do velho continente? Quem responde é Mark Rogerson, consultor sênior do programa: “O Brasil está se tornando um grande player mundial e é visto pela Europa como parceiro estratégico, como a mais relevante economia latino-americana”, diz. O americano também fez considerações sobre como é importante o estudo no exterior para jovens que buscam melhorar seus currículos: “Vivemos num mundo cada vez mais conectado. As pessoas têm amigos no facebook que estão no Japão, no Canadá, Brasil, Inglaterra, Alemanha, ou seja, em todos os lugares do mundo. Vivemos num mundo muito pequeno. Portanto, acredito que, em qualquer carreira, se as pessoas conseguirem ter um bom entendimento sobre o mundo, isto pode guiá-las em importantes passos pela vida”.
O projeto Study in Europe tem como alicerce para os estudantes do mundo todo mais de quatro mil universidades, com muitas delas cotadas entre as 100 melhores. Com esse sentido, a previsão é que até 2010 cerca de quatro mil estudantes e profissionais sejam beneficiados com bolsas de estudo. No Brasil foram selecionadas até hoje 1, 7 mil pessoas, com os destinos mais procurados como Portugal, Reino Unido e França. O mexicano Ricardo Chavez decidiu estudar na Europa por conta da diversidade cultural.
Ao lado de Rogerson na coletiva de imprensa, no primeiro dia do evento, Chavez contou em bom português suas experiências: “Notei que há várias formas de pensar e viver e a minha estada em Portugal me mostrou que, apesar das diferenças, é possível vivermos todos em harmonia e aprendermos uns com os outros”, conta.
Atualização
“Vim aqui porque tenho o interesse em fazer uma pós-graduação na Europa. Meu curso aqui no Brasil não me deu subsídios para trabalhar na questão de políticas públicas, que é o meu principal objetivo como profissional”, conta Augusto Bernardi, 23 anos.
Bernardi procurou os países que oferecem os cursos que tem mais a ver com o seu perfil de carreira e encontrou na Finlândia e na Irlanda boas oportunidades: “A língua é difícil (risos) e meu inglês está ‘enferrujado’. Mas aqui mesmo foi uma chance de soltar a língua novamente. Saio daqui com um ânimo novo e com idéias na cabeça”, comemora.
No caso da bióloga Maysa Ito, 24 anos, a Austrália se mostrou como a melhor opção: “No exterior existem cursos que não têm no Brasil. Se você quer investir na carreira e buscar um diferencial, o melhor negócio é viajar. Tenho certeza que um curso em outro país pode me dar mais oportunidades quando voltar”, diz.
Profissional bilíngüe, Rogério Rodrigues Faria, 22 anos, quer aprimorar seus conhecimentos e se possível aprender uma nova língua: “A Expobleta ajuda porque as informações na internet não são tão aprofundadas como aqui. A conversa pessoal permite que você pegue mais detalhes. A idéia de centralizar os países num espaço é o melhor daqui”.

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